Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Texto publicado no Jornal Correio Popular em 19 de maio de 2011. Caderno Cidades - Coluna Opinião. Página A-14

Ontem foi o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Várias cidades no Brasil se mobilizaram em prol de ações contra esse tipo de crime.
Alguns dados de pesquisa se mantém constantes quando buscamos informações a respeito desta modalidade de delinquência. A vítima preferencial é do sexo feminino, o agressor faz parte de suas relações afetivas, mormente o pai ou padrasto.
O abuso tem início quando a vítima ainda é muito pequena, tendo por volta de três a cinco anos de vida e perdura até o início da adolescência. Nesta fase, as chances da garota começar a namorar ou sair de casa, são os principais fatores que levam ao fim desse tipo de violência doméstica.
Não suponha que o agressor desiste de atacar, ele apenas irá escolher outra criança. O agressor sexual é reincidente. É comum que em uma família, todas as filhas foram abusadas pelo mesmo criminoso.
A mãe, dificilmente nada percebe. Ela pode não querer ver o que as evidências mostram ou ainda, fingir não acreditar na palavra ou atitudes da filha.
Mas é só observar que mudanças podem ser vistas na vítima, tais como problemas escolares, agressividade, masturbação, distúrbios do sono e alimentares, somente para citar alguns. A criança, com os poucos recursos que possui, pede socorro.
Os familiares não conviventes, como avós e tios, muitas vezes, também fingem que nada percebem.
Quando a família não toma a atitude que deveria para resguardar a criança e adolescente, os vizinhos, a escola e equipes de saúde, são fundamentais nesta tarefa de cuidado e proteção.
Não se pode permitir que os agressores sexuais continuem tranquilamente atacando.
Esse é um problema que foge do escopo familiar e passa a ser de responsabilidade social. Certamente, ele também deve ser considerado de saúde pública, dadas as consequências nefastas que provoca.