quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Quando a vida vale pouco
Coluna semanal no jornal CORREIO POPULAR
Quando a vida vale pouco
14/01/2013 - 19h00 - Atualizado em 14/14/2013 - 19h00
A violência gratuita não é um fenômeno novo e nem raro. Ele sempre esteve presente nas relações humanas. Vejam-se as carnificinas promovidas desde a Idade Antiga, quer em nome do domínio dos Reis ou de uma crença. Pessoas eram mortas até mesmo por blasfemar ou dizerem o que pensavam contra o poder instituído ou ainda por fazerem parte de uma religião, como ocorreu com os primeiros Cristãos.
No Brasil, a colonização e a escravidão são exemplos que podem ser mencionados, ao abordarmos fatos históricos mais antigos, ou a ditadura militar que sofremos recentemente, marcada por torturas e homicídios cruéis.
O que me leva a abordar este tema agora é o assassinato do jovem Mário dos Santos Sampaio, ocorrida no dia 31 de dezembro. Por discordar de uma conta e, certamente, querer ver valer seus direitos de consumidor, foi brutalmente morto.
Até pode ser que o jovem tenha se excedido, com palavras e ameaças ao proprietário do estabelecimento e a seu filho, mas dificilmente algo, além disto, ocorreu.
Posso levantar esta hipótese não apenas porque os amigos do rapaz afirmam isto, mas pelas atitudes do dono do bar. Se ele ou seu filho de fato tivessem sido agredidos, como querem fazer crer, eles mostrariam de imediato a gravação da câmera que mantém no local.
Ao contrário, ele ofereceu uma desculpa já desmentida pela empresa que instalou o equipamento, isto é, mesmo sem ter pagado o monitoramento, as imagens ainda são gravadas.
Aqui também vemos mais uma falha da polícia, que ao fazer a ocorrência não providenciou o isolamento completo do local, se isto tivesse sido feito, tudo que lá estava seria apreendido, mas, ao contrário, a polícia só foi ao local investigar depois de passados três dias.
São casos como este, que certamente é apenas um dentre centenas que acontecem todos os dias, reveladores do quanto o ser humano pode ser sádico, violento e acreditar na impunidade.
Esta violência gratuita, tão comum atualmente, é resultado de uma educação familiar egocêntrica ou permeada por ações hostis. Ninguém se torna agressivo de uma hora para a outra, mas aos poucos, ao sofrer, observar ou lhe ser permitido praticar atos com brutalidade.
Jamais deveríamos tolerar a violência, com isso, ela não se banalizaria e deixaria de ser tão corriqueira, como temos observado.
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