quarta-feira, 15 de junho de 2016

Horror em Orlando

Texto em minha coluna semanal - Jornal Correio Popular - 14/06/2016 O atirador que matou 50 pessoas e feriu outras 53 na Boate Pulse, em Orlando neste final de semana, agiu com muito ódio. O seu alvo, a meu ver, eram os gays que lá estavam por se divertirem, algo que, certamente, Omar Mateen não conseguia. Este é um trágico exemplo de homofobia levado ao extremo. Movido pela inveja e ódio, Omar havia comprado há poucos dias o armamento utilizado. Ao citar estes sentimentos do matador, o faço porque ninguém sente tanto ódio por uma pessoa ou por um grupo à toa. Os gays incomodavam o assassino, assim como incomodam aos homofóbicos que, na verdade, são homossexuais latentes, por não aceitarem sua própria sexualidade, e com isso, querem destruir aqueles que se aceitam, atacando-os das mais variadas formas possíveis. Sendo assim, caso a sua própria questão sexual não fosse tão problemática para eles, não teriam motivos para destilar tanta raiva. Criticar uma pessoa, de modo preconceituoso, é comum acontecer, mas querer dizima-la já é mais do que preconceito, é identificação negativa. Seria algo semelhante a “não aceito no outro o que não aceito em mim”. A motivação pessoal de Omar, acredito, pode ser assim explicada. As mortes que aconteceram na casa de show Bataclan, em Paris no mês de novembro do ano passado, pode ter despertado o desejo de Omar em atirar nos gays frequentadores da boate Pulse. Mas, acredito que ao contrário do ataque de Paris, que foi obra de terroristas ligados ao Estado Islâmico, este foi fruto de uma decisão pessoal e solitária do atirador. Posso deduzir que a permissividade na aquisição de armas nos Estados Unidos foi coadjuvante para que estas mortes acontecessem. Os ingredientes para um crime bárbaro e perverso como este podem ser assim explicados: ódio por identificação negativa, características psicopáticas e facilidade na obtenção de armas. Concluo que estes fatores poderiam ter sido evitados, caso Omar tivesse feito psicoterapia para amenizar suas questões pessoais problemáticas e a política armamentista nos Estados Unidos fosse diferente, isto é, proibitiva para a aquisição de armas. http://correio.rac.com.br/_conteudo/2016/06/colunistas/maria_de_fatima/433473-horror-em-orlando.html

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