quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Pedófilo não é doente mental

Texto na minha coluna do jornal Correio Popular - Campinas - 19/09/2016 Tenho observado, com certa frequência, profissionais de diversas áreas, mas especialmente voltados para a saúde mental, afirmarem que a pedofilia é uma doença mental. Este tipo de alegação é favorável ao estuprador, e jamais, à sua vítima. Veja-se que uma pessoa considerada doente, deve ser compreendida, cuidada e não punida. A punição para um crime ocorre para o imputável, portanto, não doente mental e, deste modo, este tipo de criminoso não poderia ser punido com uma sentença penal, caso realmente fosse inimputável. O inimputável é absolvido de seu crime e recebe uma medida de segurança, esta, é um tratamento para a sua insanidade. Tal tratamento pode ser por internação em um manicômio judiciário, assim como, em hospital psiquiátrico ou ainda, ser ambulatorial. Se for desta modalidade, o doente fica em sua própria casa e recebe o referido tratamento, como exemplos, em clínicas particulares e centros de saúde (UBS). Vamos refletir a respeito da diferença entre um doente mental e uma pessoa que não o seja. O primeiro, não consegue ter controle sobre as suas atitudes, visto que elas são sintomas de alucinações e delírios. A enfermidade leva o seu portador a agir sem compreender que comete um crime. Para ele, sua ação é condizente aos seus pensamentos, influenciados, sobremaneira, pelas ordens e ideias persistentes, sendo estas, fantasias provocadas por sua moléstia. Tal pessoa comete um delito na frente dos outros, visto que para ele, conforme referido, tal atitude não é um crime. Pode-se dizer que sua ação delitual é o sintoma de sua doença mental. Diferentemente, o estuprador pedófilo, procura agir de modo que não seja descoberto e denunciado. Ele planeja suas ações e se prepara para colocá-las em prática. Observe que a vítima é atacada em locais e momentos que propiciam segurança para ele não ser pego. Para não ser denunciado, geralmente, faz ameaças que aterrorizam e inibem aqueles que sofrem suas arbitrariedades. O pedófilo, portanto, tem plena consciência do crime que comete e, raramente, encontraremos o doente mental como autor deste crime sexual. É só atentar para o fato de que é improvável que vamos observar um pedófilo atacando ou seduzindo uma criança, exatamente porque ele sabe o que está fazendo. O pedófilo é um indivíduo insensível, manipulador e violento, mas, tal violência, nem sempre é identificada por aqueles com quem ele convive, especialmente quando ela é do tipo psicológica. A criança que sofre abuso terá consequências drásticas em seu desenvolvimento psicológico e o pedófilo, sabe disto. O estuprador, pedófilo ou não, sempre repetirá o seu ataque. Não é comum que ele cometa uma única vez o crime, mas sim, diversas vezes no decorrer de sua vida. Há a crença de que todo pedófilo sofreu a violência quando criança, mas isto não é correto, visto que muitos nunca passaram por situação similar à que praticam. E adultos que foram vitimados quando crianças podem protegê-las e jamais atacá-las. A pedofilia deve ser eficazmente contida e punida. A prisão deveria sempre ser o destino destes agressores. O governo do Estado, responsável pelo encarceramento destes sujeitos, tem obrigação de lhes oferecer psicoterapia, durante todo o período de confinamento, pois, só assim, eles podem sair com alguma sensibilidade desenvolvida em relação ao sofrimento que provocam nas crianças. Deste modo, haveria prevenção para a sua não reincidência. http://correio.rac.com.br/_conteudo/2016/09/colunistas/maria_de_fatima/449799-pedofilo-nao-e-doente-mental.html

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