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Violência durante assaltos cresce e preocupa a polícia
26/10/2009
Não basta roubar. Casos em que as vítimas de roubos apanham de assaltantes são cada vez mais comuns nas cidades da região de Campinas, embora não exista uma estatística oficial da polícia.
Segundo a psicóloga especialista em crimes Maria de Fátima Franco dos Santos, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), a violência gratuita tem aumentado nos últimos anos praticada, principalmente, por jovens entre 14 e 27 anos. O principal fator, apontado por ela, é a educação. “A exposição em excesso da criança aos programas de televisão e desenhos que trazem situações de violência, ou mesmo aquela sofrida dentro de casa, faz com que isso esteja muito próximo do cotidiano e tenha seu reflexo na sociedade”, disse.
Segundo o delegado do 4º Distrito Policial de Campinas, José Carlos Fernandes da Silva, são diversos fatores que contribuem para a violência nos assaltos, como o consumo de drogas, principalmente o crack. Além disso, diz, os jovens sempre querem adquirir aquilo que os pais não podem oferecer, um problema da situação econômica da família.
Maria de Fátima diz que a droga age como um desinibidor para aquela pessoa que já tem um comportamento violento. E que pode potencializar os efeitos dos crimes.
Segundo o farmacêutico bioquímico do Centro de Controle de Intoxicação da Unicamp Rafael Lanaro, o crack e a cocaína têm efeitos parecidos no organismo e produzem um sentimento de euforia e estimulação do sistema nervoso que pode deixar o usuário agressivo.
A diferença, diz, é que o crack é absorvido mais rápidamente e seu efeito é instantâneo. A duração também é menor e a instalação do quadro de dependência, rápida. “Quando passa o efeito da droga, se é dependente, vem a síndrome da abstinência, que possui efeito contrário ao da droga, como a depressão. Aí o usuário, na fissura por conseguir mais, acaba fazendo de tudo, roubando, matando. O efeito da abstinência também é muita agressividade”, disse.
Casos
Na região, recentemente, foram registrados pelo menos seis casos de assaltos em que as vítimas apanharam dos assaltantes. O funcionário da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) Dorinaldo Gomes Oliveira, de 22a anos, possui no rosto uma cicatriz, marca da agressão sofrida quando foi espancado por três homens em tentativa de assalto, na Vila João Jorge, em Campinas.
Na última segunda-feira, o comerciante L.O., de 75 anos, foi agredido com coronhadas por assaltantes que roubaram o seu depósito de gás em Piracicaba porque se recusou a deitar no chão.
No último final de semana, o caminhoneiro O.V.S., de 66 anos, de São José dos Campos, foi espancado por dois ladrões ao parar no acostamento do Km 142 da Rodovia D. Pedro, na altura do Jardim Santa Mônica, em Campinas, por problemas mecânicos. Na semana passada, caso semelhante foi registrado em Piracicaba. Um engenheiro de 68 anos foi agredido em assalto quando saía de uma farmácia no Centro, foi levado com o carro por dois ladrões e liberado no Distrito Industrial com ferimentos.
Em Iracemápolis, o vigilante J.E.O., de 29 anos, foi hospitalizado após ser agredido por seis jovens, cinco deles menores com idades entre 16 e 17 anos, com pedras, tijolos, telhas e uma chave de roda no dia 3.
A recomendação da polícia é para que as vítimas não reajam aos assaltos, evitem movimentos bruscos e ainda olhar o mínimo possível para o bandido para que ele não se sinta intimidado.
Fonte: Correio Popular
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