quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Ataques do crime organizado no Maranhão
A morte da criança de seis anos, Ana Clara Santos, que foi queimada durante ataque de criminosos a ônibus em São Luis, ordenados por presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, revela o poder do crime organizado em vários estados brasileiros.
A covarde violência impetrada contra a criança, sua irmã ainda bebê e à sua mãe, são sintomas da falta de políticas públicas sérias contra as facções criminosas que atuam dentro e fora das prisões em praticamente todo o País.
Estes ataques começaram aqui no Estado de São Paulo, com o PCC, há mais de uma década e até o momento não foram reprimidos eficazmente.
São vários os motivos que dão poder a estes grupos delinquentes, mas o principal deles é o acordo que permite aos presos decidir grande parte do que ocorre dentro das prisões.
Este acordo, entre Estado e as facções, tem como objetivo impedir que rebeliões ocorram frequentemente, por conta de superlotação. Sabemos que um espaço físico ocupado, além de sua capacidade, começa a gerar irritabilidade que culminará em agressão mútua. Para impedir que isto aconteça e denigra a imagem do governo estadual, muito se permite atualmente aos condenados.
Veja-se a facilidade dos encarcerados possuírem celulares e seus respectivos carregadores. Inclusive, é comum que eles tenham ‘chips’ de várias operadoras. Também são eles quem decide, comumente, se querem trabalhar ou não enquanto cumprem a pena. As drogas são utilizadas por eles sem nenhum pudor, é claro, porque não são proibidas. Só isto já revela a hipocrisia presente nas prisões, visto que muitos lá estão exatamente por serem traficantes: aqui fora se prende e lá dentro se ignora o comércio dos tóxicos.
Enquanto não houver uma política de combate eficiente ao crime organizado, teremos inocentes agredidos e mortos de forma cruel, como aconteceu com a família alvejada no Maranhão. A pequena Ana Clara, bem como as outras pessoas que foram vítimas destes assassinos sádicos, não tiveram seus Direitos Humanos respeitados.
Isto só foi possível a partir do momento em que foi concedido aos criminosos os privilégios de decidirem sobre a vida e a morte de alguém, assim como, de quase tudo que ocorre no cotidiano das prisões.
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/01/colunistas/maria_de_fatima/140885-ataques-do-crime-organizado-no-maranhao.html
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