terça-feira, 16 de setembro de 2014

Crime sexual e desejo de poder

Texto em minha coluna semanal - Correio Popular - 16/09/2014. O estupro é um dos mais aviltantes crimes de que uma pessoa pode ser vítima. As mulheres são as principais presas deste tipo de agressor, mas isto não descarta a possibilidade do sexo masculino, tanto de adultos quanto de crianças, também serem atacados. Dentre as mulheres, a adolescente é a preferida, evidentemente quando existe a possibilidade de escolha por parte do criminoso. Normalmente, a presa mais fácil será atacada, independentemente se é ou não uma mulher jovem. O violentador já sai em busca de uma vítima, portanto, se trata de um crime planejado e não de um desejo sexual não controlável. Aliás, estes chamados crimes relacionados aos desejos sexuais, tanto no que tange à pedofilia quanto ao ataque às mulheres, independentemente de sua faixa etária, é a vontade de o agressor exibir o seu poder e não um forte desejo sexual conforme equivocadamente se acredita. Se fosse apenas a vontade sexual incontrolável, veríamos pedófilos e estuprados atacar suas vítimas na frente de todos. Trata-se, sim, de uma demonstração de força. O delinquente quer mostrar que ele tem condições de obrigar a vítima a fazer tudo o que ele quer. A vítima é pega em local público, na maioria dos casos, e é atacada em localidade que ofereça segurança para o sujeito não ser abordado no momento do ato sexual e com isso, praticar tranquilamente o crime. Corrobora a ideia de crime sexual a serviço do poder, o fato de que muitos agressores obrigam a vítima a excitá-los, fazendo-lhes sexo oral. Se fosse uma volição sexual, eles já estariam excitados ao abordarem a vítima e não precisariam ser estimulados mecanicamente por ela. O maior número destes ataques acontece em noites frias, visto que diminuem o número de pessoas circulando nas ruas e com isso, aumentam as chances de o agressor não ser pego. Por não ser o corpo da vítima o objeto do desejo, como já referi, mulheres com mais de noventa anos são agredidas sexualmente, e, sabemos que crianças com menos de um ano também são atacadas. O estuprador não é um doente mental, na grande maioria das vezes, mas um psicopata que entende perfeitamente o que está fazendo e se quisesse poderia se controlar. Ele tem um distúrbio, mas não uma doença que o tornaria irresponsável penalmente por seus atos, portanto, pode ser considerado culpado por suas ações. A vítima não tem, jamais, nenhuma responsabilidade por sofrer o ataque e com isso, sentimentos de culpa não deveriam ser por elas experimentados. Da mesma forma que não conseguimos evitar um roubo, também não se pode evitar o ataque sexual. Apenas alguns cuidados podem ser tomados em ambos os casos, como andar em grupo durante a noite, não ficar sozinha em ponto de ônibus após escurecer ou em lugares desertos. A falta de policiais em locais em que estes crimes acontecem com mais frequência, também é um fator importante a ser considerado e preveniria suas ocorrências. http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/09/colunistas/maria_de_fatima/206520-crime-sexual-e-desejo-de-poder.html

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