terça-feira, 31 de março de 2015
Copiloto assassino
Texto em minha coluna semanal - 31/03/2015
Andreas Lubitz, o copiloto que provocou a queda do avião da Germanwings na semana passada, me parece, ser um psicopata. Tal afirmativa se baseia no fato de ele não demonstrar nenhuma emoção nos ‘eternos’ minutos que antecederam o choque da aeronave com o solo.
Uma das caixas pretas registrou a respiração do rapaz sem nenhuma alteração. Caso ele estivesse nervoso, por conta de uma crise psicótica, esta seria facilmente percebida, até mesmo pelo piloto que o deixou sozinho na cabine.
Uma pessoa em crise desta natureza apresenta-se desorganizada e em estado de visível alteração. Já um individuo que planeja a própria morte, com a intenção de levar consigo dezenas de pessoas, mostra-se impávido e com a certeza de que está fazendo o que é certo. Com isto, se mantém tranquilo em sua previa decisão assassina.
Psicopatas podem ser suicidas, aliás, todo homicida também é suicida, evidentemente, em menor grau. Deste modo, ao que tudo indica, Andreas decidiu colocar fim em sua própria vida, mas resolveu projetar-se com isto e ser peça central nesta carnificina que provocou. Psicopatas são narcisistas e egocêntricos, portanto, ficar mundialmente conhecido inflou seu ego mesquinho.
O desespero do piloto com o intuito de arrebentar a porta da cabine, bem como os gritos desesperados dos passageiros e tripulação, em nada comoveu a frieza deste homicida. É até provável que ele tenha sentido prazer em provocar tamanho terror naquelas pessoas.
Avaliar psicologicamente pilotos e copilotos de aeronaves é imprescindível, mas mesmo assim, não se tem completa garantia de que psicopatas cruéis deixem de fazer parte do quadro de funcionários da aviação que podem decidir entre viver ou morrer.
É paradoxal que a porta da cabine da aeronave tenha seu controle de fechamento interno, exatamente para se proteger de atentados terroristas e o perigo veio em sentido oposto, daquele que nutria a mais completa confiança de todos que embarcaram naquele voo.
Para se conhecer de modo detalhado e aprofundado as características pessoais de Andreas, é possível se aplicar o método retrospectivo de avaliação de personalidade denominado Autópsia Psicológica. Este estudo possibilita conhecer minuciosamente, ao matar uma centena e meia de pessoas, quem era e o que pretendia este copiloto assassino.
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/03/colunistas/maria_de_fatima/249750-copiloto-assassino.html
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