terça-feira, 10 de março de 2015

Feminicídio

Texto em minha coluna semanal no jornal Correio Popular de Campinas - 10/03/2015 O feminicídio é considerado, pela ONU, como o homicídio de uma mulher provocado por alguém que se relaciona com ela ou que a tenha agredido sexualmente. A tortura, mutilação ou a desfiguração também estão incluídas neste tipo de crime. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei contra o feminicídio e a presidente o sancionou nesta segunda feira, dia 9 de março. A lei modifica o nosso Código Penal, ao introduzir este novo crime, assim como também modifica a conhecida Lei Maria da Penha. Esta foi criada com o intuito de combater a violência doméstica contra a mulher, bem como a violência de gênero, em vigor desde 2006. A nova modalidade de homicídio é classificada como “crime hediondo” o que, pelo menos teoricamente, impede que o acusado seja libertado após o pagamento da fiança. Também estipula que o assassinato de mulheres, por motivos de gênero, seja considerado um agravante do homicídio, com isso, aumenta as penas que poderão variar entre 12 e 30 anos. O homicídio contra a mulher é muito mais comum do que se imagina. Em geral ele pode ocorrer desde o momento em que a mulher verbaliza a intenção de romper o relacionamento com o seu companheiro, até dois anos após este rompimento. Anualmente cinco mil mulheres são mortas no Brasil. Este crime não atinge apenas a vítima, mas também toda a família que se desestrutura com a perda de um ente querido. Veja-se a situação em que ficam os filhos, muitas vezes entregues a pessoas que não gostariam de criá-los, quando não, são institucionalizados. Os filhos de mulheres mortas por seus maridos tornam-se órfãos, não apenas de mãe. A orfandade também será, geralmente, em relação ao pai assassino. Ele pode ser preso, mas o seu maior castigo, salvo exceções, é que ele também morrerá, simbolicamente, para os seus filhos. Quem mata sua companheira, com toda certeza, rouba a felicidade de sua família. http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/03/colunistas/maria_de_fatima/245327-feminicidio.html

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