quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Solidão da morte

Texto em minha coluna semanal de 14/10/2015 A morte nos remete à solidão. Isto começa por deixarmos quem morreu sozinho, logo após o velório, em sua sepultura e, é claro, não poderia ser diferente. A imagem de um ente querido, após o sepultamento, nos vem com a impotência de nada podermos fazer diante do abandono que somos obrigados a lhe proporcionar. Neste momento, apenas a fé religiosa que nutrimos, pode acalentar um pouco do nosso desespero. O nascimento também não deixa de ser um ato solitário, em que até mesmo gêmeos terão vidas distintas, a partir do parto. Ao nascermos e morrermos temos a solidão como companheira. O sentimento que nutrimos com a perda de uma pessoa jamais será conhecido por outra, só a nós ele pertence. Cada um sentirá à sua maneira a separação absoluta provocada com a morte. Acreditar que um dia nos encontraremos com todos que amamos e já se foram, talvez seja a maior forma de conforto que possamos vislumbrar. Precisamos aceitar a morte, não há alternativa. Ela deixa a todos no mesmo patamar de finitude do ser. O poder, a riqueza, a beleza ou qualquer outro predicado que pode fazer com que alguém se sinta superior aos demais, são insignificantes após o último suspiro. Viver valorizando a fraternidade, o respeito aos outros, a honestidade e a humildade talvez sejam maneiras de continuarmos vivos, até que ninguém mais, se lembre de nós. http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/10/colunistas/maria_de_fatima/394911-solidao-da-morte.html?fb_action_ids=10200903887434898&fb_action_types=og.recommends

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