quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Rio que era doce

Texto em minha coluna semanal em 01 de dezembro de 2015. O rompimento das barreiras de mineradoras em Mariana mostra o descaso com a vida e com o meio ambiente. Dificilmente o que ocorreu foi surpresa para os responsáveis ou proprietários das empresas envolvidas, certamente, havia rachaduras ou outras deteriorações na estrutura das barragens. Esses afortunados que adquiriram as mineradoras, na época das privatizações desenfreadas, certamente tornaram-se multimilionários preocupados apenas com a riqueza que espoliaram do solo da bela, rica e charmosa Minas Gerais. A degradação ambiental que o desenfreado egoísmo desses exploradores provocou é facilmente visível. Quando percorri a Estrada Real, há quase três anos, fiquei chocada com a devastação existente e um nó na garganta me impelia a antever que algo ali estava errado. A população do Estado em sua maioria, ao contrário desses ricaços proprietários das mineradoras, passa por dificuldades financeiras. A riqueza do Estado ficou nas mãos desses empresários, que nada se importam em destruir, o que a natureza presenteou aos queridos mineiros. Para mim, é inadmissível que os proprietários das empresas responsáveis por tamanha aniquilação ao belo rio que era doce, bem como, às mortes provocadas – tanto de pessoas quanto de outras espécies de vida – ainda estejam livres e pouco se importando com o crime cometido. Nosso país deveria se envergonhar de conviver com exploração como essa, que leva riqueza para poucos, porém morte e miséria para tantos. Se os governantes são permissivos diante de mortes anunciadas como essas, visto que era iminente um acidente acontecer, o Poder Judiciário e o povo, não deveriam aquietar-se, ao contrário, exigirem que multas e indenizações milionárias ocorressem. Elas serviriam de exemplo para que descasos como estes fossem minimizados.

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