quarta-feira, 9 de maio de 2012
Canibalismo em série
Canibalismo em série - Jornal Correio Popular de Campinas
Psicóloga forense e professora nas faculdades de Psicologia e Direito da PUC-Campinas
2012/04/17
A notícia amplamente divulgada pela mídia nacional na última semana a respeito de um trio que praticava canibalismo, em Garanhuns e Olinda no Estado de Pernambuco, chocou o Brasil.
Um dos crimes considerados mais abomináveis é exatamente o de canibalismo. É inaceitável que uma pessoa mate outra e coma a sua carne.
A ideia que se tem a respeito de quem comete este tipo de crime é a de que seu autor é um doente mental. Na verdade, grande parte destes criminosos não é de insano mentalmente, mas sim, de quem apresenta um distúrbio de personalidade.
Uma pessoa considerada “normal” jamais conseguiria cometer um crime grave, e muito menos, matar e comer sua vítima.
O doente mental, caso assim procedesse, logo seria pego. O crime seria um sintoma de sua doença. Ele não teria consciência plena do ato praticado e poderia ter agido em defesa de uma causa humanitária ou de uma ideia persecutória. Deste modo, geralmente, ele não tem motivo para esconder o crime ou empreender fuga e se esconder, depois de tê-lo praticado. Neste caso, ocultamento dos cadáveres.
Outro fato que levanta a hipótese de não se tratar de um doente mental, é o de que pessoas conhecidas do criminoso, o consideravam um sujeito comum. Dificilmente um doente mental não levantaria a suspeita sobre sua insanidade por muitos anos.
Não era apenas um autor, mas três, o casal e a amante que vivia junto com eles. A esposa vendia salgados com carne humana, o que também demonstra que ela procurou um ganho secundário com o crime, isto é, tirar proveito financeiro dele.
A forma como atraiam as vítimas, que a polícia acredita ser de pelo menos oito pessoas, era com a promessa de trabalho. A utilização de um ardil também não é típica de doentes mentais, que por estarem desorganizados, não conseguem estruturar uma manipulação como esta, por tanto tempo.
Acredito que muito mais do que oito pessoas foram vítimas destes criminosos macabros.
Os verdadeiros motivos que levaram esse trio a agir desta forma, somente serão conhecidos com a investigação criminal.
Minha hipótese é a de que eles são psicopatas sádicos, manipuladores, vingativos e tinham completa consciência dos crimes cometidos.
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